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Dan Weiss, Starebaby

Starebaby surge como um objecto estranho na discografia de Dan Weiss. Se nos primeiros discos ele denunciava a influência das percussões indianas e nos anos seguintes se afirmava um dos mais portentosos bateristas de Jazz, Starebaby, é um disco de rock duro.

Embora as referências apresentadas para este disco sejam o heavy metal, eu creio que com mais propriedade se deveriam referir o progressive rock e em especial a música dos King Crimson. Weiss integrou, de facto, no passado, uma banda de metal, e outros membros da banda integraram projectos semelhantes, mas eu diria que a linha estética predominante do disco é mesmo o progressive rock, que a própria «influência» de Badalamenti até confirma. Não estou a diminuir a música de Weiss; bem pelo contrário: os King Crimson fazem parte da história da música da segunda metade do século XX.

Convenhamos: Dan Weiss é um espírito inquieto, e na sua música cruza-se desde sempre o Jazz, as percussões indianas, a música clássica e o rock, numa fusão instável e muito peculiar que rodeia classificações.

Mas em Starebaby é a electricidade e a energia que falam mais alto: bateria, guitarra, baixo eléctrico, teclados e electrónicas, e até as ambiências espaciais dos Crimson foram convocadas. E não deixa de ser curioso que ele tenha encontrado cinco instrumentistas capazes de o secundar. E que músicos: Craig Taborn, Matt Mitchell, Ben Monder e Trevor Dunn!

Starebaby não é definitivamente um disco de Jazz e talvez eu não devesse estar a falar dele. Mas o Dan Weiss é um baterista estratosférico, um bom compositor também, este é um quinteto demolidor, negro por vezes, e eu gosto do disco.

 

 

Craig Taborn: p, f-r, sint,
Matt Mitchell: p,. sint,
Ben Monder: g,
Trevor Dunn: b-el,
Dan Weiss: bat

Starebaby, Dan Weiss, PI Records 2018

 

 

 

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